KOENIG, Frederick (1774-1833) - Deve-se a Frederick Koenig a introdução do mecanismo na imprensa, pela invenção, em 1811, da prensa mecânica e pela introdução da energia a vapor e o movimento rotativo através do cilindro. Frederic Koenig nasceu na Alemanha, tendo interrompido os seus estudos para se dedicar a aprender a arte de impressor e compositor, tendo realizado já, nesse tempo, tenues experiências no campo da entintagem mecânica. Em 1804 parte para Londres, verdadeiro centro industrial do mundo, onde encontrou apoios financeiros para as suas experiências no campo da impressão. A prensa mecânica que ele concebe em 1811 reduz as tradicionais nove operações do prelo "Stanhope" a três: primeira consiste em colocar no local o papel, a segunda pôr em marcha a tábua de entintagem e impressão ao mesmo tempo e a terceira retirar o papel. Esta máquina trabalhou, primeira vez, na tipografia londrina de George Woodfall e Richard Taylor, na impressão de 3000 exemplares da folha do "Annual Register" para 1810. Em 1812 cria uma outra máquina tipográfica num sistema que se pode denominar de plano-cilíndrico: o orgão impressor era de grande diâmetro e dividido em três partes do seu eixo, sendo utilizada uma dessas partes em cada movimento de vaivém do orgão tipográfico, imprimindo-se três exemplares numa volta completa do cilindro. É este engenho que serve de modelo para a máquina que começou a imprimir o jornal "The Times" em 29 de Novembro de 1814. Esta máquina impressora era dupla, porque construída com dois cilindros que faziam uma impressão simultânea. Inicialmente movida a braço, foi adaptada, em 1814, a vapor passando a imprimir 1100 ex. por hora. Em 1816 inventa uma máquina capaz de imprimir frente e verso de uma folha. Em 1818 Frederick Koenig associou-se com Frederic Bauer, fundando assim a famosa sociedade germânica Koenig & Bauer e ambos apresentam a primeira máquina de retiração no sistema plano-cilíndrico.

  
LANSTON, Tolbert - Americano que idealizou uma máquina de composição mecânica, formada por uma fundidora e por um teclado em separado, a que foi dado o nome de Monotype. A primeira patente data de 1887 e foi realizada para um modelo que nunca viria a ser construído. Foi preciso esperar até 1896 para que surgisse finalmente a primeira Monotype. No teclado de 276 teclas, que obteve a sua forma definitiva em 1908, existe uma pequena bobine de papel na qual são realizadas perfurações segundo os signos que são batidos no teclado. Inicialmente existiam duas bobines, que vão ser substituídas em 1897, por uma única bobine de dupla largura. Esta perfuração, que era primitivamente facilitada por contrapesos, foi definitivamente adaptada, em 1899, a ar comprimido. É esta perfuração que transmite à fundidora quais as matrizes a serem fundidas, segundo o texto previamente seleccionado, saindo os tipos compostos em palavras e linhas justificadas, podendo ser corrigidos em separado. Esta razão levou a que o êxito desta máquina nos jornais não fosse muito, pois a composição em linhas/bloco (Linotype/Intertype) era mais rápida e cómoda, o que nos momentos excitantes da paginação dos jornais era determinante. Contudo, a Monotype foi utilizada universalmente, já que um bom compositor podia compôr no teclado sete mil letras por hora, enquanto que a fundidora podia, sem esforço, fundir todo o trabalho produzido pelo teclado. Por outro lado, se as perfurações realizadas no papel fossem guardadas convenientemente poderiam ser novamente utilizadas pela fundidora na realização de uma nova composição, idêntica à primeira. A qualidade das composições era excelente, já que esta máquina utiliza uma melhor liga de chumbo que aquela que é utilizada nas outros tipos de máquinas de composição mecânica. Esta máquina dispõem de um conjunto de diferentes teclados e matrizes para serem substituídos conforme o tipo de letra a fundir.
  
LORILLEUX, Pierre (1788-1865) - Impressor que, em 1818, trabalhava na Imprensa Real Francesa, e que teve a ideia audaciosa de fabricar tinta de uma forma mais racional, vendendo-a seguidamente aos impressores, atitude que foi inicialmente acolhida com resistência. Em 1820 criou uma pequena fábrica nas margens do rio Biévre, instalando em 1824, com autorização real, uma outra fábrica nos altos de Pateaux em que utilizava um moinho de vento, fundando assim a mais antiga marca industrial de tintas para a impressão. Até ao nascimento desta nova indústria eram os impressores, eles mesmo, que fabricavam a tinta que utlizavam, quase sempre de cor preta e que era obtida pela combustão de resíduos gordurosos que depois eram misturado com óleo de noz ou outro, seguido de formas pessoais de que cada impressor conservava segredo. A pasta obtida era então esmagada à mão numa mesa com um pequeno cilindro. Em Portugal, o jornal "O Século" era impresso, em 1893, em tinta nacional da fabrica de Lisboa de Ch. Lorilleux & C.ie. Não temos referências de quando se instalou em Portugal.