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Abertura

Esta biografia multimédia reflete múltiplas luminosidades que atravessam o jornalismo e a literatura. Trata-se de mostrar a vida e obra de um jornalista, cuja ausência se torna tão presente. Manuel António Pina tinha a luz das palavras.
A relação dele com a essência das palavras é muito especial. E surge logo nos seus primeiros poemas, em 1971: ”o que e’ feito das palavras senão as palavras?”. Mais: “as palavras esmagam-se entre o silêncio/que as cerca e o silêncio que transportam”.
A Luz das Palavras é, por isso, a melhor forma de designar esta Biografia dinâmica, inovadora. MAP está ligado ao Museu Nacional da Imprensa desde a sua inauguração, e fez parte do Júri do Prémio de Textos de Amor, durante nove anos (de 2001 a 2009).

Se na poesia e na literatura infanto-juvenil foi mestre, mais forte e constante se revelou no papel de cronista sem medo. Nesta dimensão, MAP foi um construtor da consciência cívica. Sobre a análise da vida social, política, económica. Sobre a vida das pessoas. Ele era o arauto que dizia: venham ver como isto é. Estava escondido, mas é assim, zás trás pás! Sem medos. Nem conveniências. A gente lia e entendia.
Os seus textos, mesmo os mais datados, continuam a honrar o jornalismo e a literatura como a melhor expressão da cidadania ativa. São a respiração da liberdade livre. Com cintilações especiais.
Esta obra contém múltiplas participações, em termos de textos, fotografias e vídeos. Regista diferentes momentos da vida e obra de MAP. Vários olhares, distintas análises. Apesar da variedade e riqueza dos contributos, sabemos que há outras luminosidades a mostrar. Outros sentidos a conhecer.
Por isso mesmo, nesta biografia multimédia (um projeto que terá edições revistas e aumentadas), fica apenas uma parte dessa luz que alumia o saber e a inquietação criativa do Homem, através de Manuel António Pina.